quinta-feira, 28 de junho de 2012

cenas matinais

Vejo-me sempre obrigada a estacionar o carro no parque onde andam todos os arrumadores de carro da cidade, ou assim parece. São aos montes e estão constantemente a disputar lugares e "clientes". Odeio ser obrigada a lidar com eles e tento sempre escapar, fico a irradiar felicidade quando encontro uma vaga antes de me cruzar com eles.
Pois acontece que hoje não foi um desses dias felizes em que eu grito um ha-ha in your face, encontrei um lugar primeiro - gritos mentais, compreenda-se. Fui mesmo obrigada a seguir as indicações do homem que aquilo de lugares livres estava muito muito complicado.
Pronto tudo bem, 40cêntimos desperdiçados mas ao menos não ia chegar atrasada. Saio do carro já com a moedinha na mão e deparo-me com dois homens ao fundo do caminho. Nice.
Eles são todos iguais, agora sei lá qual deles me indicou o lugar. Estão os dois a olhar fixamente para mim, eu com dinheiro na mão. Olhei para um, olhei para o outro, e quando começo a pensar como é que me ia livrar daquela situação um deles vira-se para o outro e grita alguma coisa. Foi uma questão de segundos até estarem à porrada. À porrada a sério. Vêm logo uns 500mil homens a defender um e a defender o outro.
Nothing to do here, my thoughts. E eis que vem um para a minha beira fazer o relato da coisa. Até me põe a par das rivalidades todas e do histórico daquelas personagens.
A porrada continua.
- Humm, estou atrasada para uma aula que tenho agora.
- Vá lá menina, vá lá. Não acontece nada ao amarelinho, não se preocupe.
Lá fui eu à minha vida, a porrada continuou. Mas foi-se a ver e olha, não houve riscos no carro e não dei a moedinha.

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